Camocim: eu moro onde você passa férias...

Sempre leio essa frase “eu moro onde você passa as férias...”; aí vem os comentários de uma cidade linda, paradisíaca, abençoada por Deus e bonita por natureza! E quem é louco de discordar? Eu com certeza não! Camocim tem a maior faixa litorânea do Ceará, é banhada a partir da praia do Farol pelo oceano atlântico numa mistura de belezas indescritíveis. Nossa linda cidade hoje tem uma população em torno de 70 mil habitantes e completará 136 anos, no dia 29 de Setembro. 
Mas, o que vejo dos maus tratos deixados pela população me deixa triste. Enquanto as belas paisagens vão ganhando destaque em jornais e televisão, eu vou visualizando a falta de uma estrutura e a ausência de amor por nossa cidade. Eu sei que os blá blá blá da política local e de tantos outros que tentam participar dela é bonito de ler, mas são só palavras, críticas e sem um olhar de amor verdadeiro voltados para nossa cidade. Na realidade ainda não se encontrou quem verdadeiramente tenha seus olhos, ações e cuidados especiais que nossa Camocim merece! 
Em seu quase 136 anos de história, eu não posso dizer que nossa cidade tem um Museu, tem uma Casa do Artesão, tem um cinema ou um anfiteatro. Em quase 136 anos de história e durante a minha permanência desde que nasci; eu não consegui perceber um verdadeiro interesse em transformar a nossa cidade numa verdadeira cidade turística ou num polo de fábricas (que leve trabalho) para quem não tem perspectiva de dias melhores. Em quase 136 anos de história não vi os nossos representantes preocupando-se em trazer uma Universidade gratuita para quem não pode (financeiramente) se deslocar para as cidades universitárias.
Eu moro onde você passa férias é fenomenal (naturalmente falando), mas falta muito para que possamos nos tornar uma cidade turística, se comparada à vizinha Jericoacoara. A nossa noite é parada, salvo alguns eventos esporádicos ou as músicas ao vivo em fins de semana nos restaurantes da orla, a cidade vive o que podemos chamar: marasmo cultural.
O nosso comércio sofre com a falta de criatividade ou talvez (investimento) dos empresários. As vitrines não têm temáticas, não tem chamariz, não tem publicidade no lançamento das coleções que chegam às lojas de nossa cidade; mas depois, se reclama da crise. A crise está em todo lugar, mas tenho a concepção que, quem não se faz ver como quer ser lembrado?
Os restaurantes de nossa cidade? Bom, são secos. Em sua maioria não tem toalhas, não tem um vaso com flores (mesmo artificial), não tem cor e nem trato fino; isso é complicado? Talvez não seja; talvez só mereça atenção e carinho e não buscar somente o balanço do fim do mês.
Aqui não se aproveitam os espaços existentes. As praças são sem graça, a orla não tem nada além do que já existe, tudo é muito solto e sem vida... Precisamos de mais, além das belezas naturais. E como fazer? Bom, aí já são cenas para uma próxima postagem!

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