DA LÁGRIMA AO RISO...

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Dia desses estava no salão, cuidando de minhas unhas e cabelo; em meio aos risos e piadas, uma pessoa olhou pra mim e disse:

- Ayla, você nunca pensou ser humorista, seria um sucesso!

Emendei respondendo o seguinte:

- A senhora está me chamando de palhaça?

Ela disse que não. Era porque que eu tinha uma veia engraçada, que ela conseguia rir comigo, mais que num show de humoristas consagrados. Mas aí, paira aquela dúvida: seria bom mesmo? Uma coisa é fazer piada do cotidiano, das coisas que acontecem ao meu redor, outra coisa bem diferente é transformar este meu humor em apresentação ao público. Engraçado de tudo isso, é que ao longo dos anos, ouço as frases: “tu é muito engraçada, tu é louca, tu não tem um pingo de juízo, tu vai ficando velha e ainda não adquiriu juízo...”, etc. E velhice é sinal de juízo? Digo que quando fizerem um sanatório vou me candidatar a inaugurá-lo; outra vez respondo que sou uma louca boazinha, que não rasgo dinheiro, não jogo pedra e não como merda...

Em certos momentos ouvir isso me machucava, hoje acho que as pessoas não conseguem ser originais, bah... Como conseguem falar a mesma coisa de uma pessoa por anos a fio? A originalidade, inteligência e sagacidade é quem faz diferenciar umas pessoas das outras; onde está o diferencial dos outros?

Pensando bem, acho que se tivesse um produtor à altura do meu sucesso estrondoso, levaria a historinha a frente, enquanto não tenho, vou continuar com minha vidinha pacata e tranquila de minha terra natal: Camocim (Ce).

Qualquer dia, quando a veia humorística, estiver a mil por horas, pego meu celular, gravo um vídeo e posto para vocês. OK? Vou encerrar por aqui, gastei o pobre do tico e teco, meus amiguinhos que existem no lugar do cérebro. Meu sobrinho diz que depois que pintei meu cabelo de loiro, fiquei horrorosa e acima de tudo, burra... Não sei por que tanto preconceito com as pobres loiras, isso pra mim é inveja da “oposição”...